Publicado em 11/11/2020
Em quase duas décadas, o evento se consolidou como um dos mais importantes do gênero no país, ajudou a potencializar a produção audiovisual nacional para crianças e vem contribuindo para a formação de plateia. Em 2020, a Mostra se reinventa e apresenta um panorama contemporâneo da cinematografia brasileira e internacional em programação on-line e gratuita. Além de exibições de filmes nacionais e internacionais, realiza atividades paralelas como o Fórum de Cinema e Educação, Encontros de Cinema Infantil e oficinas de audiovisual para crianças e professores. Os tradicionais shows da Mostra também terão versões virtuais, com espetáculos em live streaming de Hélio Ziskind, do aclamado projeto Canções de Makuru, e de Carlinhos Brown.
Ao longo de oito dias, serão realizadas duas sessões diárias de cinema com bate-papo divididas por faixa etária, com opções para os pequenos até o público mais jovem. Além dos curtas, três longas convidados estão na agenda: a animação brasileira O Pergaminho Vermelho (2019), de Nelson Botter Jr; o documentário animado Liyana (2017), de Aaron Koop e Amanda Koop — filme aclamado pela crítica filmado no Reino de Essuatíni, África Meridional; e O Outro Lado do Outro (2019), documentário dirigido pelos catarinenses Kurt Shaw e Rita de Cácia Oenning da Silva.
Os filmes estarão nas sessões on-line e também disponíveis para que as pessoas assistam a qualquer momento pelo site do evento. O público poderá votar no favorito.
A abertura, no dia 21, terá uma seleção de curtas do Irã, país reconhecido pela filmografia poética e premiada para adultos. As produções iranianas para crianças selecionadas são igualmente cheias de poesia. A dublagem será ao vivo e feita pela educadora, pesquisadora e contadora de histórias Gilka Girardello. Ela é quem assina também a coordenação de curadoria dos filmes deste ano.
— Teremos uma programação profunda, diversificada e diferente. A gente quis trazer o encanto da Mostra para o universo virtual. É um evento que traz alegria e poesia neste momento complexo que estamos vivendo, além de ser uma oportunidade para o público assistir a produções lindas. E também para conhecer e conversar com realizadores — afirma Luiza Lins, idealizadora e diretora da Mostra.
Além disso, apesar do ano atípico em razão da pandemia, a programação on-line permite que pessoas em qualquer lugar do país possam ter acesso a filmes atuais e com muita diversidade cultural, já que muitas produções não chegam aos canais tradicionais de exibição.
— O conjunto de filmes que está sendo compartilhado é muito bom. Me surpreendi com muitas das obras, algumas são obras primas mesmo, com cuidado com a música, variedade de linguagens. São filmes que podem levantar o astral, ajudar crianças e suas famílias a verem coisas para além desse momento de pandemia. E a arte sempre consegue fazer isso, mostrar o mundo maior do que o aqui agora — diz Gilka Girardello.