Florianópolis, 08/05/2024
Publicado em 09/05/2018
A próxima edição do projeto Sexta Jazz AF apresenta ao público o repertório de uma das figuras mais importantes e irascíveis da música americana do século XX, Charles Mingus. O evento acontece no piso G3 do Iguatemi Shopping, no dia 11 de maio, e conta com a participação do renomado clarinetista baixo, Denis Colin, e dos músicos Tiê Pereira (contrabaixo), Mauro Borghezan (bateria), Sebastian Cavalaro (saxofone) e Leandro Fortes (guitarra).
Mingus foi um baixista virtuoso, pianista, líder de banda e compositor. Nascido em uma base militar em Nogales, Arizona, em 1922, e criado em Watts, Califórnia, suas primeiras influências musicais vieram da igreja - coro e canto de grupo - e de ouvir Duke Ellington no rádio quando tinha apenas oito anos de idade.
Estudou contrabaixo e composição de maneira formal enquanto absorvia a música dos grandes mestres do jazz em primeira mão. Sua experiência profissional inicial, nos anos 40, colocou-o em turnê com bandas como Louis Armstrong, Kid Ory e Lionel Hampton. Conhecido também por sua personalidade “raivosa”, Charles tinha uma raiva potente contra a injustiça e em defesa de sua música.
Em Nova Iorque ele tocou e gravou com os principais músicos da década de 1950, como: Charlie Parker, Miles Davis, Bud Powell, Art Tatum e o próprio Duke Ellington. Mingus logo se viu na vanguarda da vanguarda e gravou, ao longo de sua carreira, mais de cem álbuns e escreveu mais de trezentas partituras, transitando no bebop, cooll jazz e hardbop dos anos 1940 aos 1970.
Da obra de Charles Mingus podemos destacar algumas de suas peças mais emblemáticas. Às vezes, encontramos nomes diferentes para os mesmos temas, como é o caso de Better Get It In Your Soul, que se tornou Better Get Hit In Yo' Soul, quando Mingus resolveu condenar o vício à heroína, tão comum aos músicos de sua geração. Ou sua revolta contra o racismo, expressa em Fables of Faubus, que faz referência ao governador do Arkansas que não queria permitir o acesso de crianças negras ao ensino público local. Já a exuberante Hora Decubitus, havia sido gravada anteriormente como E’s Flat, Ah’s Flat Too, no álbum Blue & Root, de 1960.
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