Publicado em 10/04/2018
Para avançar no processo de inclusão, a Prefeitura de Florianópolis está aumentando o número de salas multimeios para o atendimento educacional especializado. De 26, o número passou para 31 espaços constituídos de mobiliários, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos.
Dados de 2017 apontam que havia na rede municipal de ensino 710 estudantes com deficiência visual, auditiva, intelectual ou motora-física, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Altas Habilidades/Superdotação. Estudantes que estavam matriculados na educação Infantil, ensino fundamental e na modalidade de educação de jovens, adultos e idosos.
Por meio de diálogos com professoras de educação especial, equipes pedagógicas e direção de unidades educativas, a Secretaria Municipal de Educação abriu novas cinco salas multimeios: no Sul (Escola Básica José Amaro Cordeiro, no Morro das Pedras), no Norte (Escola Básica Albertina Madalena Dias, na Vargem Grande), no Leste (Creche Lausimar Maria Laus, no Rio Vermelho) e no Continente (Creche Machado de Assis, em Capoeiras, e na Creche Maria Barreiros, na Coloninha).
A decisão, segundo o secretário de Educação, é atender com mais qualidade toda a demanda de estudantes, professores e famílias. Maurício Fernandes Pereira explica que no turno oposto ao da sala de aula comum, é realizado o atendimento na própria escola em que o estudante frequenta ou em outra escola próxima à sua.
As unidades educativas que possuem salas multimeios são denominadas de salas polos e as demais da própria região são as unidades de abrangência.
Para dar atenção aos estudantes, há professores de educação especial que atuam no atendimento educacional especializado, e auxiliares para estudantes que necessitam de acompanhamento.
Há ainda professores e intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), além de professores que atuam no Centro de Atendimento Pedagógico para Alunos com Deficiência Visual – CAP.
Um potencial a ser desenvolvido
Sulísia Westphal Román é uma das profissionais de educação especial na Escola Básica Virgílio Várzea, em Canasvieras. O local atende também crianças das creches Clair Gruber Souza e Doralice Teodora Bastos. Há 21 estudantes com deficiência: 7 na categoria “intelectual”, 1 com baixa visão, 2 com problema motor e 11 com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Outros doze casos estão em observação.
Sulísia diz que sempre foi encantada, entusiasmada, no que diz respeito a ser professora. “Acredito que cada pessoa tem um potencial a ser desenvolvido. Com as parcerias, as salas multimeios, podemos descobrir estratégias para estimular este potencial”.
É na sala multimeios, por exemplo, prossegue a professora, que há uma “casinha azul”. Mas, como esse objeto contribui no desenvolvimento de uma criança autista que não oraliza? Sulísia responde: “a criança identifica ambientes, objetos”. Por sua vez, salienta, o que emerge neste espaço é essencial nas trocas com os professores e demais profissionais envolvidos, bem como com os familiares”. É importante, segundo ela, acreditar na diversidade e nas singularidades presentes nas salas de aula. “Muitos professores já compreenderam e enriquecem esse movimento da sala multimeios”.
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