Publicado em 23/10/2017
A expectativa do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) é de que haja 100 mil atividades, de cerca de 2 mil instituições e mais de mil cidades. Até o momento, 23 estados e o Distrito Federal já informaram que vão participar da semana. Apenas o Acre, Alagoas e o Piauí não devem promover eventos. Os estados com o maior número de atividades cadastradas são Minas Gerais, o Rio de Janeiro, São Paulo e Roraima. A programação está disponível no site oficial do evento.
Segundo Sonia Costa, coordenadora da semana e diretora do MCTIC, o objetivo da iniciativa é aproximar a produção científica e tecnológica dos estudantes. “A semana contribui para cultivar a prática interativa de nossos acadêmicos e cientistas com a educação básica. Não existe a cultura dos nossos cientistas de divulgar o conhecimento. Trabalhos acadêmicos são finalizados e nós leigos não conseguimos ter a compreensão da importância daquilo”, avalia Costa.
Esse esforço de popularização vai ter como foco um assunto considerado difícil por muitos estudantes. O tema da edição deste ano é “A matemática está em tudo”. Na avaliação educacional internacional Pisa, o desempenho de estudantes na disciplina foi o pior entre as habilidades analisadas (também são medidos o conhecimento em ciências e a capacidade de leitura). Na última edição, em 2015, a nota do país em matemática foi 377, menor do que na edição anterior, em 2012, quando chegou a 389. No ranking mundial dessa disciplina a partir da Pisa 2015, o Brasil ficou em 66º lugar.
O intuito da SNCT é mostrar como a matemática faz parte do cotidiano das pessoas. Na economia, diversas operações financeiras dependem de modelos e equações. Quando uma pessoa pede um empréstimo, boa parte das instituições financeiras usa cálculos sofisticados para a chamada análise de risco. O mesmo vale para a compra de ações por instituições financeiras ou fundos de investimento.
Outro exemplo é o setor petrolífero. Companhias como a Petrobras furam poços em grande profundidade. Essa atividade envolve uma série de riscos, desde a fixação dos instrumentos que fazem o poço até o ato de extrair o petróleo de modo a evitar vazamentos e acidentes ambientais. “Em todas essas etapas a matemática está envolvida. Isso exige a resolução de equações muito complicadas. Matemáticos desenvolvem maneiras de simular essas ações no computador”, explica Roberto Imbuzeiro, professor e pesquisador do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa).
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