Publicado em 08/07/2024
As expectativas de uma temporada repleta de baleias-francas no litoral catarinense, em função de suas primeiras aparições mais cedo, já no final de maio, parecem se concretizar. A temporada anual corresponde entre julho e novembro, porém, entre os dias 02 e 03 deste mês há o registro de pelo menos 33 delas, incluindo 13 filhotes, sem contar dois pares de mãe e filhote avistados no litoral do Rio de Janeiro e em Ilhabela (SP), na última semana. Este grande número também traz notícias tristes, como o encalhe de dois filhotes, em praias de Imbituba e Arroio do Silva (SC) nos últimos dias.
Segundo Karina Groch, diretora e pesquisadora do ProFRANCA, que monitora e estuda esses mamíferos na costa brasileira, com patrocínio da Petrobras, ainda é cedo para afirmar se a temporada será de mais ou menos baleias que nas anteriores. Mas ela considera o resultado até agora um bom sinal. “Também estudamos hipóteses para elas terem chegado mais cedo. A principal é o fenômeno El Niño, que influencia na disponibilidade de alimento na Antártica e, consequentemente, na migração para as áreas de reprodução, como nosso litoral”, explica, com cautela.
As baleias-francas procuram o sul do Brasil, especialmente o litoral de Santa Catarina, para o nascimento dos filhotes - a região é considerada um berçário para a espécie. Caçadas durante séculos, até o início dos anos 1970, quase chegaram à extinção e ainda são consideradas uma espécie ameaçada. “A conscientização, estudos e monitoramento resultaram em uma taxa de crescimento estimada em 4,8% ao ano. Um percentual bastante expressivo”, comemora Karina.
Atualmente, o ProFRANCA tem no Catálogo Brasileiro de Fotoidentificação das Baleias-Francas, mantido pelo projeto, mais de 1.100 baleias-francas catalogadas desde 1987. Algumas delas já em águas catarinenses neste ano. “Contabilizamos ao menos oito velhas conhecidas até agora”, diz Karina.
Para saber mais - O ProFRANCA informa frequentemente em seus stories, no Instagram e Facebook, onde foram avistadas as baleias-francas. No site do Projeto (baleiafranca.org.br) há mais detalhes sobre como são identificados e um mapa das avistagens. A sede do Projeto fica na Praia de Itapirubá Norte, em Imbituba, conta com um Centro de Visitantes - o Centro Nacional Conservação da Baleia Franca – e é aberta de terça-feira a sábado, entre 9h e 12h e das 14h às-17h. Imbituba também conta com um Museu Histórico - o Museu da Baleia, localizado na Praia do Porto, antiga estação baleeira onde eram processadas as baleias caçadas na região antigamente.
O ProFRANCA - Projeto Franca Austral - é realizado pelo Instituto Australis e conta com patrocínio da Petrobras e do Governo Federal, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Divulgação/Instituto Australis |
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