Publicado em 20/06/2024
A equipe de pesquisadores do ProFRANCA (Projeto Franca Austral), em Imbituba (SC), registrou o primeiro filhote desta temporada, na praia de Ibiraquera, na última quarta-feira (19). O filhote é bastante pequeno, com características de recém-nascido. A mãe já é velha conhecida da equipe. catalogada em 2003 com o código B257, já teve anteriormente dois filhotes em águas catarinenses – em 2015 e 2021. O projeto registrou a baleia logo após sua chegada, em 11 de junho, sozinha. E agora, oito dias depois, já com o filhote recém-nascido.
Os pesquisadores foram surpreendidos em 24 de maio, com os primeiros avistamentos, bem mais cedo que em anos anteriores. Segundo o cálculo mais recente, já são 10 baleias fotoidentificadas, seis delas já conhecidas e quatro ainda nunca registradas, incluindo uma avistada em Arraial do Cabo (RJ), pelo Projeto Baleia Jubarte, e duas recém avistadas em Ilha Bela (SP) pelo Projeto Baleias a Vista.
“Neste grupo, são ao menos seis fêmeas. Sabemos disso porque já tiveram filhotes na nossa costa, sendo o mais recente de 2021, o que completa o ciclo de três anos de retorno”, explica Karina Groch, diretora do ProFRANCA, que tem patrocínio da Petrobras. Em Santa Catarina, cujo litoral é o que mais recebe a visita dos cetáceos, elas já foram vistas em Imbituba, Laguna, Florianópolis e Garopaba.
“Elas chegaram mais cedo, o que nos traz alegria pela presença que, provavelmente, pode ser o reflexo de trabalhos incessantes para sua conservação, já que foram quase extintas há 40 anos pela caça desenfreada”, comemora Karina. Porém, ela é prudente para explicar esta antecipação e se a temporada – oficialmente entre julho e novembro – registrará um grande número neste ano. “Além da proteção da espécie, o fenômeno El Niño pode também ser um fator que já estamos estudando com afinco”, explica.
E os estudos serão incrementados em breve. Neste ano, uma equipe de 33 pessoas - entre biólogos, coordenadores, administradores, pesquisadores, comunicadores, e estagiários – faz o monitoramento. Os mamíferos frequentam o litoral brasileiro especialmente para gerar seus filhotes e amamentá-los em enseadas com águas mais quentes e seguras. Diante das visitas, são realizadas diversas ações, de pesquisa, monitoramento aéreo, embarcado e por terra, a avaliação das enseadas mais importantes, da interação com a pesca, e a influência da presença desses animais para a preservação dos oceanos.
Para saber mais- O ProFRANCA informa frequentemente em seus stories, no Instagram e Facebook, onde foram avistadas as baleias-francas. No site do Projeto (baleiafranca.org.br) há mais detalhes sobre como são identificados e um mapa das avistagens. A sede do Projeto fica na Praia de Itapirubá Norte, em Imbituba, conta com um Centro de Visitantes - o Centro Nacional Conservação da Baleia Franca – e é aberta de terça-feira a sábado, entre 9h e 12h e das 14h às-17h. Imbituba também conta com um Museu Histórico, o Museu da Baleia, localizado na Praia do Porto, antiga estação baleeira onde eram processadas as baleias caçadas na região antigamente.
O ProFRANCA - Projeto Franca Austral - é realizado pelo Instituto Australis e conta com patrocínio da Petrobras e do Governo Federal, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Divulgação |
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