Publicado em 21/05/2024
Enquanto a inflação oficial registrada no período pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE, foi de 0,61% e o IGP-M (Índice Geral de Preços ao Consumidor – Mercado), da Fundação Getúlio Vargas, foi de -0,95%. Florianópolis registrou 1,66% de aumento, o terceiro maior, atrás de Fortaleza e Salvador. Entre as cidades monitoradas estão outras 8 capitais, todas com índice de reajuste de aluguel acima da inflação oficial. Fortaleza (+2,21%); Salvador (+2,13%); Florianópolis (+1,66%); Curitiba (+1,56%); Brasília (+1,20%); São Paulo (+1,13%); Recife (+1,02%); Belo Horizonte (+1,01%); Rio de Janeiro (+0,85%); Porto Alegre (+0,81%); e Goiânia (+0,62%).
Bruna Petry, sócia da Mudar Imóveis Especiais, explica que o mercado de aluguéis está aquecido porque existem poucos imóveis disponíveis. Se levar em conta o primeiro semestre de 2024, a média do aumento no preço dos aluguéis chegou a 9,24%. Um índice que Bruna confirma na prática. Ela explica que caiu o número de imóveis disponíveis para aluguel, pois os proprietários descobriram que está valendo mais a pena comprar casas e apartamentos para vender do que para alugar. “No bairro Campeche, por exemplo, a valorização de um imóvel novo chegou a 20% ao ano, aquecendo o mercado imobiliário”, conta Bruna. Com o aquecimento nas vendas, os proprietários retiram os imóveis do catálogo de aluguéis e colocam para comercialização, onde podem lucrar mais e essa manobra acaba deixando também o mercado de locação valorizado pela escassez na oferta.
Os imóveis de um dormitório lideraram a procura. Bruna conta que “o perfil atual dos interessados em imóveis menores e até compactos é de trabalhadores que voltaram ao serviço presencial com o fim da pandemia”. Esse movimento ainda continua, com muitos trabalhadores que ainda conseguiam fazer serviços de casa, mas que tiveram que voltar para as empresas.
A tendência de reajustes acima da inflação persiste. Para quem já tem contrato ou está procurando imóvel para alugar, Bruna aconselha negociar os índices de reajuste, porque apesar de não haver grande diferença entre eles no mês de maio, o índice acumulado tem valores divergentes. INPC, IGPM ou IPCA se comportaram de modo diverso durante os últimos 12 meses. O contrato de aluguel residencial que faz aniversário em maio com base no IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), calculado pela Fundação Getúlio Vargas deve ser reajustado em -3,04%, percentual acumulado nos últimos 12 meses. Em abril, o indicador variou 0,31%. Já o contrato de aluguel que faz aniversário em maio, baseado no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, pode ser atualizado em 3,69%. Em abril, a variação do indicador foi de 0,38%. Não muito diferente foi a variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), medido também pelo IBGE. Em abril, a variação do indicador foi de 0,37%. Os contratos com aniversário em maio devem ser reajustados em 3,23%.
“A tendência é que a falta de opções continue provocando aumento acima dos índices da inflação no reajuste do aluguel dos imóveis disponíveis atualmente”, completa Bruna Petry.
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