Publicado em 22/11/2023
Com o crescente número de palestrantes e coaches sem formação profissional, a falta de embasamento teórico tem se tornado uma preocupação para especialistas. Muitos desses profissionais ensinam técnicas genéricas, sem considerar as nuances individuais, generalizando como se todos fossem iguais. O que muitos não percebem é que abordagens como o "milagre da manhã" e o "Oitavo hábito" não são universais. Pessoas com transtornos como ansiedade e TDAH, por exemplo, requerem abordagens específicas, destacando a necessidade de conhecimento para lidar com a complexidade da mente humana.
De acordo com Dr. Fabiano de Abreu Agrela, pós PHD em neurociência e psicanalista, é preocupante ver tantos profissionais sem formação, ensinando técnicas sem embasamento teórico, “Cada indivíduo é único, e generalizações podem ser prejudiciais. Técnicas populares nem sempre funcionam para todos, especialmente para aqueles com transtornos. O conhecimento é essencial para compreender as nuances da mente humana”, explica o especialista.
Roselene Espírito Santo Wagner, conhecida como Leninha Wagner, neuropsicóloga e psicanalista destaca que a mente humana é complexa, e lidar com ela exige conhecimento profundo, “Lidar com egos em construção demanda muito saber teórico e prático. Além da formação acadêmica do profissional que se destina a palestrar, atuar clinicamentena área da saúde mental, emocional, psicológica das pessoas que os procuram com uma gama de problemas da ordem da subjetividade”, afirma a profissional.
Há também a necessidade da experiência no âmbito profissional quanto de vida, “Toda teoria que possamos adquirir nos dão aporte para explicar determinados comportamentos e técnicas e ferramentas de manejo, “Isso irá ser incorporado ao contexto de diversos casos, cada atendimento, cada história de vida real, enriquece o conhecimento do profissional. O cuidado em tocar os sentimentos do outro, deve ser maior que qualquer toque físico”, acrescenta.
Ela explica que o profissional que se destina a guiar o outro em seus labirintos emocionais deve ter sua própria bússola.
Conhecer e dominar teorias, através de vida acadêmica e formações de qualidade, bem como possuir e saber usar seus recursos cognitivos e emocionais amadurecidos pela sua própria trajetória de vida, “Saber absorver e entender que não estamos aqui sob a ditadura da felicidade a todo custo. E sim sob a democráticas lei da vida, que traz desafios para nos oferecer a possibilidade de progredir, evoluir e seguir. A Psicanálise sem sombra de dúvida trabalha essa perspectiva, de nos fazer entender que somos seres sobredeterminados, com características fixas e outras tantas moldáveis e adaptativas. A Psicanálise não se propõe a cura, mas sim ao entendimento e possível flexibilidade cognitiva para elaboração de soluções para os desafios do devir”, ressalta Leninha.
Ela finaliza afirmando que a análise pessoal com acompanhamento de um profissional Psicanalista traz como resultado uma maior compreensão das ações e sentimentos do paciente, obtendo autoconhecimento e autodomínio, “Tendo uma maior compreensão de si mesmo, tenderá a viver de forma mais consciente, agindo em favor de uma melhor qualidade de vida para si, assim reduzindo, potencialmente, a manifestação dos sintomas antes vivenciados, provendo desse modo mudanças em si. Com isso impactando positivamente a vida familiar, acadêmica,profissional e social”, finaliza Leninha.
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