Publicado em 24/01/2023
Uma tendência que se fez presente, especialmente com a pandemia de Covid-19, foi a implementação do chamado trabalho remoto, o famoso home office. A necessidade de isolamento social, que obrigou as pessoas a ficarem em casa, fez com que essa modalidade ganhasse ainda mais força.
Em consequência disso, muitas pessoas puderam repensar a relação entre trabalho e moradia, o que levou a uma busca grande por imóveis em cidades do litoral e/ou do interior. Apartamentos à venda na Praia Grande, por exemplo, ficaram muito mais visados, bem como imóveis para serem alugados no litoral paulista.
A melhora do cenário pandêmico, com a expansão da vacinação e o retorno a uma “vida normal”, porém, parece não ser suficiente para alterar essa tendência que parece ter vindo para ficar – principalmente para quem não quer abrir mão de ter uma melhor qualidade de vida.
Uma pesquisa da DataZap+ sobre preferências imobiliárias revelou uma mudança significativa no desejo dos compradores em relação a uma melhor qualidade de vida. Foram destacados requisitos como área de lazer, praça de convivência, ambiente arborizado, piscina, academia e proximidade com serviços e comércio.
Isso sem falar de moradias que oferecem espaço para quem deseja trabalhar no conforto da sua casa. Todos esses pré-requisitos acabam sendo mais difíceis de serem encontrados em grandes centros, devido à alta densidade populacional e à verticalização urbana.
Em contrapartida, tudo isso pode ser facilmente encontrado em imóveis localizados em cidades litorâneas e interioranas, e o melhor, por preços muito mais atrativos. Nesse sentido, fica claro o porquê de muitas pessoas terem trocado a vida na capital por uma realidade mais tranquila e próxima da natureza.
Segundo um estudo da consultoria Brain para a Revista Exame, realizado nas 65 cidades paulistas que registram os maiores números de loteamentos disponíveis, houve um verdadeiro boom nos empreendimentos de médio e alto padrão, que chegaram a custar até 108,9% mais em apenas um ano.
Essa nova tendência no mercado imobiliário também é percebida pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECI-SP). Segundo um levantamento de fevereiro de 2022, a venda de imóveis na região da Baixada Santista mantinha uma alta de cerca de 57%.
A escolha por uma mudança desse tipo pode ser considerada chocante para muita gente. No entanto, a verdade é que, ao optar por cidades do interior ou litorâneas, as pessoas estão buscando garantir uma melhora na qualidade de vida.
Já pensou poder tomar um banho de mar sempre que quiser ou mesmo fazer uma caminhada próximo a uma área verde diariamente? A maior proximidade com a natureza é, sem sombra de dúvidas, um dos atrativos buscados por quem opta por sair dos grandes centros urbanos.
Passar horas do dia dentro de um ônibus, carro ou metrô dificilmente é uma realidade quase que própria das grandes cidades. Ao optar por cidades litorâneas e interioranas, a tendência é que o estresse no trânsito seja nenhum ou, pelo menos, muito menor.
O alto valor imobiliário, especialmente nas capitais, faz com que as pessoas tenham que optar por espaço ou proximidade com o trabalho. Já em cidades menores, é possível encontrar moradias com dimensões muito maiores sem ter que abrir mão de viver em bairros mais nobres ou mais centralizados.
Um último aspecto que deve ser considerado é o custo de vida. Os gastos com transporte, alimentação e até mesmo contas básicas de energia e água tendem a ser reduzidos quando você mora fora dos grandes centros. No final das contas, o resultado também acaba sendo sentido no seu bolso.
