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Florianópolis, 16/04/2024




GERAL

Alesc inicia mobilização contra a criminalidade na Grande Florianópolis

Publicado em 26/11/2021


FOTO: Vicente Schmitt/Agência AL
Alesc inicia mobilização contra a criminalidade na Grande Florianópolis



Audiência pública debateu aumento da criminalidade nos bairros de Campinas e Kobrasol, região que fica no limite entre São José e Florianópolis

A Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina deu um passo inicial na busca por uma solução para o problema da falta de segurança nos bairros Kobrasol e Campinas na Grande Florianópolis.

Em uma audiência pública que reuniu moradores, as polícias civil e militar, o Ministério Público, representantes do comércio, dos poderes Executivo e Legislativo dos dois municípios e das pessoas em situação de rua, ficou decidido que os setores envolvidos devem realizar ações conjuntas para o enfrentamento da situação.

Durante os debates ficou claro que comerciantes e moradores têm a sensação de que os crescentes assaltos, furtos e roubos que vêm acontecendo seriam realizados por pessoas em situação de rua. O argumento foi refutado tanto pelo setor de segurança quanto pelos órgãos públicos e pelo MP.

Diante do impasse, o deputado Bruno Souza (Novo), que é membro da Comissão de Segurança Pública da Alesc, foi incisivo ao argumentar que não há como resolver um problema tão grande em apenas uma audiência pública.

“Vivemos um tempo estranho em que as pessoas se sentem constrangidas de dizer que querem viver em paz, sem serem violadas. Está acontecendo uma inversão de valores. Não podemos criar pessoas que são mais iguais do que os outros. Criminoso tem que ser tratado como criminoso e pessoa em vulnerabilidade tem que ser tratada como vulnerável. Convido a todos para que essa conversa possa ser continuada para virar um plano de ação”, afirmou. 

Problema social

Segundo o juiz do Tribunal de Justiça da 2ª Vara Criminal de São José, Fabio Nilo Bagattoli, o problema é muito mais social do que jurídico.

“O que a justiça pode fazer é contribuir atuando dentro do que a lei autoriza, permite e determina, apurando, averiguando judicial e processualmente a conduta dos suspeitos e aplicar a devida pena, caso se comprove a prática dos crimes”, citou.

André Schafer, integrante do Movimento de População de Rua, afirmou que a pauta é “de nível estadual” e precisava ser trazida para a Alesc.

“Parece que violência, furtos, tráfico de drogas é só a população de rua que comete, sendo que esses crimes são relacionados não só a eles, mas com a sociedade em si. Espero que possamos falar em políticas sociais, pois saúde, cultura também importam. A pandemia está levando muitas pessoas para a situação de rua. A violência não vem das ruas, mas do contexto da sociedade”, defendeu.

Tendência
Rita de Cássia Cardoso, representando moradores e comerciantes da região, afirmou ter certeza de que a questão social está gerando a insegurança e tende a aumentar se forem consideradas projeções do censo demográfico do IBGE feito em 2010.

De acordo com os dados, em 2025 Campinas e Kobrasol terão 34.275 moradores, sendo que cinco anos antes eram 31.387.

“É uma área muito populosa, onde está o forte da economia local. A questão econômica tem que estar junto da questão social, afinal São José é considerado um município rico em Santa Catarina, com arrecadação de R$ 260 milhões e 800 mil, sendo o quarto melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Estado e está entre os melhores do país. Como é a terceira cidade que mais gera emprego no Estado em 2021, acredito que os moradores de rua não sejam locais, mas que vêm de outras regiões”, comentou.

O comerciante Fausto Isar Barbosa falou sobre a sensação de insegurança “de todos os dias e prejuízos de todas as formas”. Segundo ele, não há expectativa de algo que realmente esteja sendo realizado.

Citou a presença de dependentes químicos e criminosos que “estão na rua em uma situação fora de controle, com muitas pessoas dormindo nas ruas, consumindo tóxicos e até praticando atos sexuais em público”. Outro agravante, explicou, são os furtos diários de fios elétricos e relógios medidores de consumo de água. “Isso gera prejuízo para os comerciantes, que ficam sem energia elétrica e água”, lamentou.

O vice-prefeito de São José, Michel Schlemper (MDB), disse que é preciso aplicar a legislação e as forças de segurança têm que agir.

“Na comunidade é legítima toda a manifestação. Já participamos de várias reuniões, realizamos muitas ações e conseguimos alcançar alguns resultados. Mas o tema é complexo e não se resolverá só aqui. O Executivo está à disposição para que, em conjunto com os outros entes ligados ao problema, possa se buscar ações. Mas só se pode agir dentro do limite da lei, que é complexa”, ressaltou.

Policiamento

André Rodrigo Serafin, comandante do 7º BPM de São José, afirmou que a polícia atende todo o município e bairros maiores, como Areias e Serraria, onde há muitas ocorrências também. Ele apresentou dados de queda nos números de roubos (7,725%), de furtos (0,70%) e de aumento na apreensão de armas (2,09%) em relação a 2020 em todo o Estado.

“O batalhão registrou 448 roubos em 2020 contra 291 neste ano. O número de furtos caiu de 937 para 826 e as apreensões de armas subiram de 49 para 98. Mas ainda que tenha essa diminuição é inadmissível a continuidade dos casos. Os criminosos têm apoio do crime organizado e de traficantes e estão inseridos e camuflados em uma população vulnerável. Nem todo morador de rua é criminoso e há o grande problema de drogadição”, relatou.

Ane Warmling, comandante da Guarda Municipal de São José, disse que a corporação está atenta aos acontecimentos.

“Entre abril e novembro, sete meses, atendemos 1.721 ocorrências e eventos programadas nos dois bairros. Nos últimos 11 dias, por um pedido do prefeito e do vice, e pela demanda da comunidade, iniciamos uma operação intensificando as rondas nos dois bairros. No período, o total de ocorrências e eventos chegou a 1.158 em toda a cidade, sendo 577 eventos programados. Um percentual de 49,82% do policiamento preventivo e combativo dirigido para a área. Mas tem surtido resultados positivos. Temos que buscar entendimento com a comunidade”, explicou.

 



Com informações de AGENCIA ALESC








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