Publicado em 09/07/2012
Tendo à frente o músico e coordenador do 12:30, Marco Valente, uma comissão da Secretaria de Cultura da UFSC já começou a trabalhar para que a edição deste ano seja uma mostra de excelência sem precedentes e um pólo propulsor da qualidade musical de Santa Catarina. Completamente remodelado, o evento deverá acontecer em 17 e 18 de novembro, não mais ao ar livre, mas no auditório Garapuvu, do Centro de Cultura e Eventos da UFSC.
Dentre as principais mudanças que estão sendo preparadas pela comissão organizadora está a forma de seleção dos grupos participantes do festival, que não ocorrerá mais através de inscrição e escolha posterior por uma comissão julgadora. No III Festival, os participantes serão eleitos por processo de curadoria. O novo formato, proposto por Marco Valente e aprovado pelo atual secretário de Cultura Paulo Ricardo Berton, tem o objetivo de fortalecer o evento como mostra de excelência musical e tirar de vez o caráter de competição. O processo de curadoria, que já começou, tomará como base a participação dos grupos no Projeto 12:30, considerando critérios como qualidade técnica, domínio de palco, pontualidade, estrutura profissional, entre outros.
Outra mudança importante: os grupos não serão mais selecionados por uma única composição, como nas edições anteriores, mas por trabalhos musicais alongados que sustentem um pocket show. Significa que os participantes deverão apresentar um pequeno show, com produções mais extensas, como um pout-pourri ou uma sequência de composições. “O que queremos é promover uma convivência maior dos grupos com o público para que essa oportunidade de contato seja melhor aproveitada”, explica Valente. O coordenador do evento explica que dessa forma, em vez de premiar os que fazem composições aleatórias e esporádicas, o festival passa a incentivar a carreira de grupos mais persistentes, que têm demonstrado profissionalismo e dedicação à arte através do Projeto 12:30, que é o grande berçário da música em Florianópolis.
Todas as inovações em curso têm um endereço: a qualificação do festival como mostra do que há de melhor na música local. A Secretaria de Cultura tem em mira a projeção nacional dos músicos que já estão há algum tempo na estrada e já provaram sua seriedade e talento nos palcos do 12:30. “Queremos saltar do patamar amadorístico para o profissional”, explica o baixista. Dentro desse conjunto de mudanças, o grande diferencial do evento continuará o de ser um festival universitário, não pelo caráter estudantil e iniciante das composições, mas pelo caráter científico: música exige um processo de pesquisa e conhecimento, diz o secretário Berton. É nesse sentido que a realização da mostra ao ar livre não se justifica mais. “Uma mostra de excelência requer um auditório também de excelência, em condições de concentração e acústica para avaliar e apreciar”, complementa o secretário.
Dentro do objetivo de promover a qualificação do meio musical, o evento terá a participação do compositor, arranjador, tecladista e produtor musical Carlos Trilha, ele mesmo um exemplo de trajetória e persistência profissional bem sucedida que o evento quer valorizar. Além de fazer um workshow (apresentação comentada) Trilha será um observador crítico da produção local.
É só a ponta do iceberg de uma avalanche de transformações que estão para acontecer a partir desta edição. No próximo ano, o Festival de Música da UFSC terá oficinas, workshops, feiras de livros sobre música, feiras de instrumentos, orquestras e uma série de outros incrementos que já estão na pauta de quem não se contenta apenas em vingar, mas quer fazer crescer.