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No jogo da culpa não há vencedor

Você tem jogado o jogo da culpa ou da empatia?!

Imagine um clima tenso no trabalho porque algo saiu errado. Há uma pergunta que vem à tona automaticamente. A culpa é de quem? E o pior é que muitas vezes sentimos certo alívio só por encontrar o culpado (desde que não tenha sido nós mesmos rsrsrs). Pronto. Temos a falha e o responsável por ela. O chefe chama a atenção do “culpado” e espera que ele não repita o erro. Ou os pais punem os filhos e acreditam que é uma boa forma de educar.
É ou não é assim que funciona na maioria das vezes? Aprendemos o jogo da culpa e o jogo de “quem tem razão”. Nesses jogos pode até parecer que uns ganham e outros perdem, mas um olhar mais profundo revela com clareza que não há vencedor.

Vivemos imersos nesse modelo a maior parte do tempo. Assim desperdiçamos muitas oportunidades de evolução pessoal ou aprimoramento profissional. Quando perguntamos “de quem é a culpa” geralmente perdemos, de imediato, a chance de um diálogo construtivo. A busca pelo culpado embaça a visão e desgasta os envolvidos.

Agora você pode estar pensando “ok Edmilson, achei isso bonitinho, mas mas como fazer então?” Como fazer para que uma conversa aparentemente tensa seja saudável, com foco na solução? É simples. Torne-se um mestre em autoconhecimento, um gênio da inteligência emocional e seja tomado por uma capacidade quase divina de compreensão de si mesmo e do outro! Simples né? Claro que estou ironizando! Esta não é uma missão fácil!

Quebrar paradigmas nunca é fácil, mas a recompensa é nobre e valiosa.
Antes de trazer algumas dicas práticas que podem auxiliar numa conversa difícil, vamos refletir um pouquinho sobre o paradigma da dominação. Sim! Sinto informar que você e eu crescemos mergulhados neste paradigma e fomos ensinados a acreditar que o mundo deve ser assim, visto com as lentes da dicotomia. É a visão de que existe o certo e o errado, pessoas boas e más, luz e sombra.

Estamos imersos em uma sociedade que ainda é regida por este paradigma. Fica mais fácil perceber essa dinâmica quando observamos pessoas com posicionamentos radicais. Quantas pessoas você conhece que são intolerantes ou até fanáticas em alguns assuntos? Para elas só um caminho é certo e, por consequência, aqueles que não o seguem são maus e merecem ser punidos! Pesado né?

Nossos desafios de comunicação começam justamente porque este paradigma nos aprisiona. Ou nos vigiamos constantemente ou entramos em conversas delicadas escorados num dos grandes pilares do “paradigma da dominância”: o conceito de que pessoas erradas devem se sentir culpadas e devem ser punidas. Nesse sistema de culpa e punição reforçamos a crença de que, para as pessoas mudarem, para aprenderem, é preciso que se sintam culpadas, arrependidas… que sintam dor.

A criança punida chora e promete que não vai mais repetir aquele erro. A mãe até fica com dó, mas não conhece outros recursos para educar. Foi assim que ela foi educada. Aqui preciso abrir parênteses: defendo e ensino a Comunicação Não Violenta, mas não vamos nos iludir. É utopia acreditar que conseguiremos ser compassivos em todas as circunstâncias. É humano perder a paciência de vez em quando! O que precisamos é desenvolver habilidades que nos permitam amplia nossa visão a ponto de nos comunicarmos com mais consciência e compaixão. Caso contrário vamos cair no jogo da culpa, muitas vezes imposta a nós por nós mesmos. Afinal esse padrão que conhecemos tão bem nós aplicamos primordialmente no relacionamento com nós mesmos.

Bom, voltando ao raciocínio…. Vamos combinar. Quem já não sentiu o sabor de “vencer” uma discussão? Vai dizer que não é uma delícia? Eu mesmo preciso estar muito atento ao meu padrão de respostas, porque se fico “no automático” tenho sérias dificuldades em admitir quando estou errado. Precisamos treinar para um jogo saudável e construtivo, livre desse modelo que promove vergonha, dor e castigo, ou seja, gera a “violência invisível”.

Empatia é o nome do jogo!
Quando abrimos espaço para a compreensão todos ganham!
É PRECISO OUVIR PARA COMPREENDER E NÃO SÓ PARA RESPONDER.
Há uma imensa diferença entre uma coisa e outra.
Mas como fazer isso?
A Comunicação Não Violenta (CNV) é um processo que evolui há mais de quatro décadas. Promove o autoconhecimento e nos permite enxergar as mensagens por trás das palavras e ações dos outros (e de nós mesmos) independentemente de como são comunicadas. Recomendo fortemente a leitura das
Tenho integrado a CNV nos meus trabalhos como mentor sistêmico de comunicação, oratória e liderança. É um estudo sem fim e uma entrega extremamente gratificante!
Quando auxiliamos pessoas a recuperarem a capacidade de compreensão e diálogo, celebramos novos rumos para estas pessoas e tudo à sua volta… empresas, casamentos, amizades…
E aí? Você tem jogado o jogo da culpa ou o da empatia?

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