Unhas: dermatologista explica o que elas querem dizer sobre a saúde

Alterações na cor, textura e formato podem revelar desde micoses até doenças autoimunes; saiba como identificar e prevenir os sinais visíveis nas unhas
Elas são pequenas, discretas e muitas vezes ignoradas. Mas, as unhas das mãos e dos pés podem apresentar alertas sobre a saúde do corpo. Segundo a dermatologista Ana Maria Benvegnú, alterações na cor, espessura ou formato podem indicar desde infecções fúngicas até doenças sistêmicas como psoríase, anemia e hipertireoidismo. “As nossas unhas refletem muito sobre a nossa saúde e bem-estar. Elas podem ser um sinal de alerta para infecções, doenças sistêmicas e até tumores”, afirma.
A boa notícia é que a prevenção começa com hábitos simples, como manter as unhas limpas e secas, evitar umidade prolongada e não remover completamente as cutículas. “A remoção completa pode gerar uma porta de entrada para microrganismos, que podem levar a infecções sistêmicas”, explica Ana Maria.
Esses cuidados devem considerar as particularidades de cada região do corpo. As unhas das mãos, por estarem mais expostas à água e produtos de limpeza, exigem o uso de luvas em tarefas domésticas e hidratação frequente. Já os pés, que passam boa parte do tempo em ambientes fechados e úmidos, precisam de atenção redobrada para evitar micoses. “Secar bem após o banho, trocar as meias diariamente e deixar os calçados ventilarem são medidas importantes”, orienta a médica.
Outro ponto essencial é a manutenção. De acordo com a dermatologista, as unhas das mãos crescem mais rápido e geralmente precisam ser cortadas semanalmente, já a dos pés, com crescimento mais lento, podem ser aparadas a cada duas ou três semanas. “É importante destacar a importância de ter o seu próprio kit de corte e limpeza, para evitar contaminações”, reforça.
Já quem faz o uso contínuo de esmaltes, alongamentos e unhas postiças também precisa estar atento. A médica explica que além de dificultarem a observação da unha natural, esses procedimentos podem causar ressecamento, descamação, reações alérgicas e até infecções. “Utilizar essas unhas por períodos prolongados pode fazer com que a observação das unhas não seja regular e o quadro tornar-se mais avançado quando do diagnóstico”, alerta.
Na hora de escolher produtos, a recomendação são os esmaltes hipoalergênicos, que possuem formulações livres dos principais componentes químicos que causam alergias. Esmaltes rotulados como cinco free, sete free ou nove free são os mais indicados, por não conterem substâncias como formaldeído, tolueno e parabenos.
Para quem busca fortalecer as unhas, cremes e óleos específicos podem ajudar, desde que usados com regularidade e com as unhas limpas. “Eles atuam nutrindo as unhas e as cutículas, prevenindo as quebras e a descamação”, afirma Ana Maria. Ingredientes como queratina, biotina, cálcio, vitaminas A, C e E, óleo de melaleuca e óleo de copaíba são aliados na prevenção.
Cuidados extras
A dermatologista ressalta que a alimentação também tem papel fundamental na saúde das unhas. “Deficiências nutricionais podem provocar unhas frágeis, quebradiças, com manchas ou descamação, refletindo desequilíbrios na dieta”, explica. Os principais nutrientes para unhas saudáveis são: proteínas, biotina (vitaminas B7), ferro, zinco, vitamina A e C e Omega 3.
Crianças e idosos também merecem atenção especial. Nas crianças, o ideal, segundo Ana Maria, é manter as unhas cortadas em linha reta e limpas, para evitar acúmulo de sujeira e encravamentos. Já nos idosos, que costumam ter unhas mais espessas, o corte após o banho facilita o cuidado. “Em casos de pacientes diabéticos, é recomendado fazer os cuidados por profissionais especializados, como podólogos”, orienta.