“Uma das principais ocorrências após as inundações é o aparecimento de casos de leptospirose transmitida aos seres humanos pelo contato com água ou lama contaminadas pela urina de animais como ratos”, alerta a gerente da Gerência de Zoonoses da DIVE/SC, Suzana Zeccer. De acordo com ela, os casos de leptospirose costumam aumentar quando as águas ainda estão baixando, ou quando as pessoas retornam às suas residências e fazem a limpeza das casas. Nesse momento, também podem ocorrer acidentes com animais peçonhentos, como serpentes, aranhas e escorpiões, que procuram abrigo em locais secos e costumam invadir as residências.
Outras doenças frequentes em decorrência de enchentes e alagamentos são as de transmissão respiratórias, principalmente em função da permanência temporária em alojamentos e abrigos, com uma grande quantidade de pessoas convivendo em um mesmo espaço. Podemos citar como exemplos: influenza, meningites, difteria, coqueluche, varicela, tuberculose, entre outrass. Também pode haver casos de doenças de transmissão hídrica e alimentar (DTHA), em virtude da contaminação da água das redes públicas de abastecimento. “Como o consumo de água é uma necessidade básica, muitas vezes a população acaba utilizando água contaminada, expondo-se ao risco de diarreia, cólera, febre tifoide, meningites por enterovírus e hepatites A e E”, afirma a gerente de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis, Imunização e DTHA da DIVE/SC, Vanessa Vieira da Silva.
Medidas de prevenção
- Evite contato com água ou lama de enchentes e não deixe que crianças brinquem no local;
- Use botas e luvas quando trabalhar em áreas com água possivelmente contaminada, como é o caso de alagamentos;
- Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulho e esgoto devem usar botas e luvas de borracha para evitar o contato da pele com água e lama contaminadas. Se isso não for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés;
- Quando as águas baixam é necessário retirar a lama e desinfetar as casas, sempre se protegendo com luvas e botas. O chão, paredes e objetos devem ser lavados e desinfetados com água sanitária, na proporção de dois copos (400 ml) do produto para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 10 minutos;
- Jogue fora alimentos e medicamentos que tiveram contato com a água dos alagamentos;
- Lembre-se que serpentes, aranhas e escorpiões podem estar em qualquer lugar da casa, principalmente em locais escuros. Nunca coloque as mãos em buracos ou frestas. Use ferramentas como enxadas, cabos de vassoura e pedaços compridos de madeira para mexer nos móveis. Bata os colchões antes de usar e sacuda cuidadosamente roupas, sapatos, toalhas e lençóis;
- Em caso de encontrar animais peçonhentos dentro da residência, afaste-se lentamente, sem assustá-los. E nunca pegue com as mãos animais peçonhentos, mesmo que pareçam estar mortos.
Como agir em caso de mordedura de animais peçonhentos
- O acidentado deve procurar imediatamente um serviço de saúde, para que seja devidamente atendido. O tratamento deve ser sempre administrado por profissional habilitado e, de preferência, em ambiente hospitalar;
- NUNCA se deve chupar o local da picada. Não é possível retirar o veneno do corpo, pois ele é rapidamente absorvido pela corrente sanguínea;
- Não amarre o braço ou a perna picada porque isso dificulta a circulação do sangue, podendo produzir necrose ou gangrena;
- Não corte o local da picada. Alguns venenos produzem hemorragia e o corte aumentará a perda de sangue.
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